Saturday, December 09, 2006

uma flor que se desfaz

Quando o conheci, esta árvore estava linda e frondosa./ Ele sabe, mas ele não estava lá./ Agora começam a cair as folhas./ E eu já não reconheço mais um e outro personagem./Por que as árvores simplesmente seguem seu curso e nós nos despetalamos tanto?/ Me dá vergonha, diante de uma árvore nua,/ Estar assim tão vestida e não saber como me despir sem estiolar-me:/ Tão sinhazinha de meus corpetes e laços de fita,/ De meus penteados singulares contra o vento.../ ...Que o único que posso fazer é escrever estes versos a título de interrogação?/ Não sei o que responder./ Sabem-no as árvores?/ Estarei vestida para sempre ou, quiçá um dia,/ Ele encontrará as minhas vestes caídas e seguirá as pistas que levarão/ Ao meu corpo vivo e nu sobre a terra/ De um jardim que seja o nosso: meu, dele e da árvore?


Em breve, a crônica desta feita em baires... Com fotografias y murales.
Besos.